Obesidade avança e diabetes já atinge 400 mil no ES

Obesidade avança e diabetes já atinge 400 mil no ES

A IDF – Federação Internacional de Diabetes, entidade que reúne mais de 240 associações de diabetes em mais de 160 países e territórios – estima que a prevalência do diabetes no Brasil é de 10,5%, o que representa cerca de 402 mil pessoas no Estado, com base no Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A estimativa do ano passado era de que 9,6% de adultos acima de 18 anos eram portadores de diabetes segundo dados da pesquisa Vigitel, o que correspondia a 368.036 pessoas no Estado.

Médica endocrinologista e pesquisadora, Camila Pitanga Salim destaca que o crescimento dos casos de diabetes apresenta números alarmantes em todo o mundo e isso se deve ao estilo de vida e aumento da obesidade, um dos principais fatores de risco para desenvolvimento do diabetes.

“O aumento do sedentarismo e as mudanças no padrão alimentar, pobre em alimentos in natura e rico em alimentos ultraprocessados com adição de açúcar e gordura, vêm aumentando os casos de obesidade e, consequentemente, de diabetes”, diz a médica.

A médica endocrinologista Queulla Garret salienta que, além do estilo de vida mais sedentário, as porções alimentares cada vez maiores também explicam o aumento da obesidade e, com isso, o aumento do diabetes.

Quanto aos hábitos da vida moderna que contribuem para o aumento da obesidade e da diabetes, ela apontou: “O sedentarismo, a alimentação rica em açúcares e gorduras e o estresse”.

Epidemia

Médico, cirurgião e nutrólogo, Roger Bongestab disse que está tendo uma epidemia daquilo que já se chama hoje de diabesidade, que é diabetes com obesidade.

“Esses números são crescentes e a obesidade é o principal fator de risco para diabetes do tipo 2. É esperado que, de fato, haja aumento da prevalência e incidência do diabetes tipo 2, juntamente ao aumento da incidência e prevalência da obesidade”, explicou Roger Bongestab.

Novas canetas emagrecedoras com resultados mais eficazes

Estudos clínicos demonstram que o uso das chamadas canetas emagrecedoras resulta em perda de peso muitas vezes superior a métodos tradicionais, como dietas e exercícios físicos.

“Temos vivido uma nova era no tratamento da obesidade com as novas medicações pertencentes ao grupo dos análogos do GLP-1. Esses medicamentos têm se mostrado muito eficazes na perda de peso, além de protetores do sistema cardiovascular e renal”, disse a endocrinologista Queulla Garret.

Mas, segundo ela, é importante lembrar que a medicação tem que ser prescrita pelo médico especialista e o paciente precisa ser devidamente acompanhado.

Roger Bongestab, médico, cirurgião e nutrólogo, concorda que as canetas emagrecedoras são medicações inicialmente desenvolvidas para melhorar a resistência insulínica, que é a base do diabetes tipo 2, melhorando desse modo a entrada de acúçar que está no sangue para dentro das células, diminuindo os níveis de açúcar no sangue.

“São medicações ideais ao tratamento da diabesidade. Tratam diabetes e modulam a ingestão calórica e a mobilização de gordura como fonte energética”.