Dengue dispara no ES e número de casos triplica em 2025
O Espírito Santo registrou um aumento expressivo nos casos prováveis de dengue na primeira semana de 2025, com 4.253 notificações, incluindo 693 casos confirmados. Segundo o boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (9) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a incidência atingiu 110,94 casos por 100 mil habitantes no período de 29 de dezembro de 2024 a 4 de janeiro de 2025.
Os dados representam mais que o triplo das notificações registradas no mesmo período do ano passado. Em 2024, foram 1.291 casos prováveis, com uma incidência de 31,76 casos por 100 mil habitantes na semana epidemiológica 1, conforme boletim divulgado em 11 de janeiro de 2024.No Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) identificou os municípios com maior incidência acumulada de dengue nas últimas quatro semanas, conforme critérios do Ministério da Saúde. A classificação leva em conta incidências baixas, médias ou altas, e serve para orientar as ações de combate ao mosquito transmissor.
Entre os municípios com incidência alta estão: Itarana (2.680,00 casos por 100 mil habitantes), Muqui (2.095,31), Laranja da Terra (1.243,92), Santa Leopoldina (1.320,01) e Mimoso do Sul (1.001,02). Outros municípios afetados incluem Jerônimo Monteiro, Vargem Alta, Atilio Vivácqua, Alfredo Chaves, Itaguaçu, Rio Novo do Sul, Viana, Muniz Freire, Santa Teresa, Afonso Cláudio, Apiacá, Iconha, Alegre, Marilândia, São Roque do Canaã, Castelo, Anchieta, Conceição do Castelo, Marechal Floriano, Domingos Martins, Fundão, Presidente Kennedy e Pedro Canário.
Cenário nacional
O aumento no Espírito Santo reflete a preocupação nacional com o avanço da dengue, especialmente diante da circulação do sorotipo 3 do vírus, que não predominava no Brasil desde 2008. A secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, explicou à Agência Brasil que a presença desse sorotipo eleva o risco de disseminação, pois grande parte da população não possui imunidade contra ele.
O Espírito Santo também esteve entre os estados com maior incidência de casos nas últimas semanas de 2024, ao lado de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Santa Catarina. Dados preliminares apontam que 84% dos casos de dengue no Brasil se concentraram nesses estados.
Além disso, fatores climáticos, como o fenômeno El Niño, que provoca altas temperaturas e alterações extremas no clima, aliados ao armazenamento inadequado de água, têm favorecido a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
A Sesa reforça a importância de ações conjuntas entre governo e população para combater o mosquito, destacando a eliminação de criadouros como uma das medidas mais eficazes.