181 vai ter ramal exclusivo para ameaças e ataques escolares

181 vai ter ramal exclusivo para ameaças e ataques escolares

Nesta segunda-feira (10), uma ocorrência na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) deixou os capixabas alarmados, com uma suspeita de tentativa de atentado. Com isso, os órgãos oficiais de segurança e educação estaduais anunciaram um canal de denúncia para esses tipos de crimes no Estado.

O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, informou a criação de um ramal no Disque Denúncia, 181. Anteriormente, o Ministério da Justiça e Segurança Pública já havia criado um canal de denúncias para recebimento de informações sobre ameaças e ataques contra as escolas.

Em relação ao caso da Ufes, Ramalho disse que desde a noite de domingo (9) mensagens de ameaça a massacre em escolas circularam pelas redes sociais. Ele pontuou que não havia informações concretas sobre o suposto ataque, e que providências estão sendo adotadas, como investigações da Polícia Civil e órgãos da Inteligência, tentando identificar quem divulgou as mensagens.

 

O coronel explicou que as mensagens geraram um efeito cascata, causando pânico nos pais, professores e alunos pelos últimos acontecimentos no Brasil. Além disso, no dia 27 de abril será lançado um plano estadual de enfrentamento à violência escolar e ataques, o Plano Estadual de Segurança Escolar.

“Quem realizou esses ataques nos últimos meses e anos no Brasil e fora, não manda notícia dizendo que vai acontecer, e nenhum desses ataques já vivenciados teve essa maciça divulgação. Inclusive, uma das escolas citadas onde teria ataque já foi até demolida pela Secretaria de Educação”, informou Ramalho.

Alexandre Ramalho disse que não existe protocolo estabelecido sobre essa atuação, principalmente preventiva e repressiva, mas que isso está sendo estabelecido.

Na madrugada desta segunda-feira (10), várias denúncias foram feitas ao Disque Denúncia, dificultando o trabalho das autoridades. O secretário informou que para atuar em fatos concretos a denúncia deve ser feita quando ouviu ou testemunhou uma situação, denunciando imediatamente aos meios adequados da Secretaria de Educação e Secretaria de Segurança Pública, ou ao 181 para os anônimos.

Ramalho reitera que o que aconteceu de ontem pra hoje é uma questão atípica e que as autoridades estão preocupadas com o que vem acontecendo. “As inteligências não apontam nada nesse sentido (de atentado) até agora, mas ao mesmo tempo não estamos de braços cruzados, a investigação vai identificar quem são essas pessoas e vamos prender elas”.

O secretário de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc, explicou que a sociedade está vivenciando situações que não se comunicam, mas se potencializam: a falsa informação e a verdadeira. Isso porque, em meio a boatos de ataques, um caso de violência foi registrado em uma unidade de educação.

O secretário informou que o fato concreto que ocorreu (na Ufes), aparentemente como está no registro é que se trata de um problema de uma estudante com o seu companheiro. “Estamos atuando fortemente para identificar os autores dessas notícias falsas para responsabilizá-los criminalmente pelos seus atos e paralelamente criando protocolos de intervenções da relação da segurança com a educação para dar tranquilidade à comunidade escolar”, pontuou Duboc.

Bullying e outras causas

O Secretário de Educação, Vitor de Angelo, afirmou que a violência escolar vivenciada hoje se trata de um fenômeno multicausal com várias entradas. “É muito simplificador dizer que por causa de bullying alguém pega uma arma e mata os colegas. Isso é apenas um componente de uma série de coisas que por diversas frentes, como saúde, segurança, cultura, família e educação, compõem esse fenômeno mais complexo que é o da violência escolar”.

O secretário ressaltou que a escola tem uma contribuição muito importante e estratégica para dar, mas não sozinha. Portanto, quanto mais se reduz tudo isso à escola, mais distante estará de achar uma solução para o problema.

“Como não temos controle sobre os boatos, se pensarmos em fechar escolas e mudarmos nossas vidas por causa de boatos, ficaremos reféns de pessoas que, muitas vezes escondidas atrás do anonimato das redes sociais, passam a pautar o que vamos fazer”, declarou de Angelo.

O titular da Sedu informou que ao receber alguma informação, com dúvida sobre ser verídica, ela não deve ser disseminada, e que é preciso que essas informações sejam conduzidas para os canais corretos: o 181 para o Disque Denúncia e 190 no caso de emergência.