Coluna Geremias Pignaton: Eleições Municipais

Coluna Geremias Pignaton: Eleições Municipais

Dormimos, comemos, trabalhamos, enfim, vivemos no município. O estado e a união são entes jurídicos sem aparente vínculo espacial com os cidadãos.

A base da democracia vem do município, as eleições de prefeitos e vereadores ligam fortemente o cidadão à política. Essa disputa eleitoral na base mostra mais nitidamente ao eleitor a importância da sua participação.

Embora tenhamos atravessado um longo período ditatorial, de 1964 a 1985, as eleições municipais não foram totalmente interrompidas depois de 1947. Apenas nas capitais dos estados e em algumas cidades, consideradas estratégicas pelos ditadores, os prefeitos não eram eleitos.

É bem verdade que essas eleições da época da ditadura eram viciadas. Os principais cargos, presidente, governadores e prefeitos das capitais, eram nomeados e pertenciam ao partido da ditadura, fortalecendo as demais candidaturas governistas e tornando quase impossível as eleições de forças opositoras.

Portanto, a partir de 1947, com o fim do outro período ditatorial do século XX, o Estado Novo, foram retomadas as eleições municipais, sem interrupções até os dias atuais.

Em 1947, nossos municípios elegeram dois históricos prefeitos: Dr. Antônio Barroso Gomes, em Ibiraçu, e Lulu Musso, em Aracruz.

Daí em diante, foram eleições municipais seguidas em 1950, 1954,1958, 1962, 1966, 1970, 1972, 1976, 1982, 1988, 1992, 1986, 2000, 2004, 2008, 2012, 2016, 2020, e teremos agora, em outubro próximo, a de 2024.

Considero as eleições para prefeitos e vereadores as mais importantes. Elas fazem o eleitor sentir seu voto mais real, mais significativo, capaz de produzir mais efeito. O único voto de um cidadão é capaz de decidir o pleito na sua pequena cidade, podendo eleger um vereador ou até mesmo um prefeito.

 Lembro-me que telefonei para a tia Carminha, moradora do pequenino município de Rochedo de Minas, na Zona da Mata Mineira, perguntando o resultado da eleição de 2000. Ela me disse que foi apertada, com o candidato a prefeito vitorioso ganhando por dois votos. Respondi caçoando do número reduzido de eleitores da cidadezinha: então foi cinco a três!

Independentemente do tamanho do município, iremos para mais um pleito municipal conscientes da importância de nosso voto, de que ele será decisivo para o futuro de nossas cidades. Afinal, etimologicamente, cidadão é da cidade.