Coluna Dr. Guilherme Laporti - A perda auditiva, depressão e isolamento social

Coluna Dr. Guilherme Laporti - A perda auditiva, depressão e isolamento social

Recebo em meu consultório diariamente pacientes idosos e até mesmo adultos jovens com perda auditiva. Essa perda, no caso dos pacientes com idades mais avançadas, geralmente são decorrentes do próprio “envelhecimento” do órgão da audição ou consequência de uma vida inteira se expondo ao ruído durante o trabalho.

Além da própria dificuldade de ouvir, são comuns queixas como zumbido, chiado na cabeça, sensação de cabeça oca. Todos esse sintomas, muitas vezes associados, atrapalham muito a qualidade de vida de qualquer um.

Mas hoje, em especial, o relato de um paciente me comoveu, me fez pensar um pouco mais  sobre o assunto e me fez escolher esse tema para abordar na coluna de hoje. 

Um senhor que já passou dos seus 70 anos chegou em meu consultório e disse: “Doutor, não estou conseguindo ouvir, não sou capaz de escutar os passarinhos cantarem, os passarinhos que tanto gosto. Quero ainda, antes de morrer, voltar a ouvir meus passarinhos”. Na hora, esse relato mexeu comigo, mas segui a consulta normalmente.

Fato é que a perda auditiva pode causar não só o próprio problema para escutar, mas também desencadear depressão, facilitar a instalação de doenças demenciais, como Alzheimer e Parkinson e contribuir para o isolamento social de uma pessoa que antes era ativa e participativa.

Nesses casos, se faz necessário um correto diagnóstico e o tratamento indicado, muitas vezes, é o aparelho auditivo. Apesar de ainda ter muita resistência por parte dos pacientes, seus resultados trazem de volta muitos prazeres e sensações já esquecidos pelos pacientes, como a capacidade de participar de uma conversa no encontro da família, assistir televisão, ouvir uma rádio, se orientar na rua e até mesmo “ouvir os passarinhos que tanto gosta”.

Não deixe que esse problema cause tantos impactos negativos em sua vida ou na vida de pessoas que você ama. Se isso faz parte da sua vida, procure seu Otorrino. Ele certamente lhe orientará da maneira mais correta e prescreverá o tratamento mais indicado.

Dr. Guilherme Laporti - Médico Otorrinolaringologista
@guilhermelaporti.otorrino