Em meio a caso de Influenza, Japão suspende compras de aves e ovos produzidos no ES

O Japão suspendeu, de forma temporária, as compras de aves e ovos produzidos no Espírito Santo, após o primeiro foco de influenza aviária em ave doméstica ser confirmado na Serra.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a decisão foi tomada apesar de o Japão não importar produtos de aves do Espírito Santo. O Estado capixaba representa 0,19% do total exportado pelo Brasil, segundo dados de 2022.

Por outro lado, o Estado tem o maior produtor de ovos do país. Santa Maria de Jetibá, na região serrana do Espírito Santo, somente em 2021, produziu R$ 1,4 bilhões, entre ovos de galinha e também leite.

Desse total, 94,1% da produção veio da venda de ovos de galinha, produto no qual o município lidera o ranking. 

A ABPA afirma que, por ser uma situação de fundo de quintal, “o surto identificado não altera a condição brasileira de livre da doença dentro dos padrões da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), uma vez que a produção comercial continua sem nenhum registro”.

Não se espera, portanto, “que ocorram alterações no fluxo das exportações brasileiras. Também não há risco para o fornecimento do produto”, diz a Associação, acrescentando que, “segundo todas as agências internacionais de saúde, não há risco no consumo dos produtos”.

A ABPA diz que os protocolos sanitários mantidos pela avicultura industrial no Brasil mantêm os mais altos padrões de biossegurança, preservando as unidades de produção contra a doença.

A Associação destaca a transparência e a manutenção do “excelente trabalho de monitoramento da doença realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e pelas secretarias da agricultura do Estado”.

Seag

Em nota, a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) diz que, com a confirmação do foco de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em criação de fundo de quintal, no município da Serra, foi realizada, na quarta-feira (28), a eutanásia das aves presentes na propriedade, entre galinha, pato, ganso e marreco. Após o procedimento, foi realizada a desinfecção das instalações por uma equipe do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

“Além dessas medidas de controle e erradicação do vírus no foco, equipes do Idaf estão realizando vigilância clínica nas áreas do entorno. A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas poderão ser adotadas”.

Da mesma forma que ABPA, a Seag afirma que a ocorrência do foco em aves de fundo de quintal não implica mudanças no status brasileiro de “livre da enfermidade” perante a OMSA, por não haver registro na produção comercial. O consumo e a exportação de produtos avícolas permanecem seguros, uma vez que não são vetores da doença.

Ainda de acordo com a Seag, o Mapa recebeu a informação do Japão da suspensão temporária de compras de carne de aves e ovos provenientes do Estado do Espírito Santo e já questionou as autoridades sanitárias japonesas em relação à adoção da medida.

“A Secretaria de Estado da Agricultura lamenta a ação que não está em linha com as orientações da OMSA, que indica suspensão de comércio apenas em casos registrados em produção comercial”.

Todas as suspeitas de influenza aviária em aves domésticas ou silvestres, incluindo a identificação de aves com sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita, devem ser notificadas imediatamente pelo e-Sisbravet, disponível no site do Idaf. “O contato direto, sem proteção adequada, com aves doentes ou mortas deve ser evitado pela população”, frisa a Seag.