Coluna Geremias Pignaton: A Matriz de São Marcos de Ibiraçu

O crescimento do interesse da comunidade católica de Ibiraçu pelo Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Saúde é muito bom e interessante para o engrandecimento da nossa cidade. Contudo, isso me gera uma enorme preocupação: o abandono da Igreja Matriz de São Marcos na mesma proporção.
Vejo as missas celebradas na matriz com pouquíssimas pessoas. Venho observando, agora morando grande parte do meu tempo em Ibiraçu, que a nossa matriz está ficando de lado. Há, indubitavelmente, um desinteresse por ela.
Devemos pensar sempre que ela é a nossa edificação mais antiga ainda preservada. Temos registro de sua construção iniciada em 1889. É um templo belíssimo, majestoso, uma herança de fé, cultura e arquitetura deixada pelos nossos antepassados.
Ela foi dedicada a São Marcos pelo primeiro bispo do Espírito Santo, Dom João Nery, quando visitou nossa cidade em junho de 1900, ocasião em que prometeu criar nossa paróquia. Ele cumpriu a promessa em outubro daquele mesmo ano.
Até o final da década de 1940, ela não era como é hoje. A torre foi inaugurada no cinquentenário da criação da paróquia, em 1950. O construtor do campanário foi Emílio Lombardi, com a supervisão do padre Henrique Huben. Conta-se que um engenheiro alemão, amigo do pároco, supervisionou também a obra.
Sua localização na colina, de onde se pode divisar todo o centro da cidade, é seu ponto mais destacado.
Não temos dúvidas em dizer que ela é nosso monumento mais importante.
Independente de devoção, de fé, ou de qualquer outro tipo de sentimento, abandonar nossa matriz é desvalorizar a nossa história e tradição. Como diz muito bem aquele ditado católico: não devemos desnudar um santo para cobrir outro.