Coluna do Dandan: Oportunidades e desafios dos jovens aracruzenses

Na última coluna, falamos sobre os pontos de atenção e dos benefícios gerados pelos grandes investimentos em Aracruz nos últimos anos. Hoje, também vamos falar de oportunidades e desafios, agora para os jovens aracruzenses. Segundo o Estatuto da Juventude, de 2013, são considerados “jovens” aqueles com idade entre 15 e 29 anos. Eles correspondem a 22% da população do município, tendo seus direitos garantidos pelo próprio Estatuto mencionado acima.

Não é segredo que, tratando do tema da coluna passada, as ofertas de emprego vão fervilhar ainda mais para os jovens de Aracruz. Porém, hoje, não queremos falar apenas de grandes obras e seus impactos. Queremos analisar um pouco do contexto geral do município para falar sobre algumas oportunidades e desafios para essa faixa etária, indo mais além da questão do trabalho. Para a juventude ter a qualidade de vida que merece, precisamos olhar para um todo, desde o acesso à educação e emprego, ao bem-estar, serviços e infraestrutura básica.

De início, podemos ressaltar que a riqueza de morar em um município tão diverso pode ser um grande diferencial para o jovem aracruzense. Ao mesmo tempo em que a “Aracruz industrial” contrasta com a zona rural e a orla, a cultura indígena das aldeias Tupiniquins e Guaranis convive com a italiana e das comunidades da área da costa. A convivência com o diferente, segundo pesquisas, potencializa a aprendizagem e habilidades pessoais como a empatia, inteligência emocional e a tolerância.

Aqui, os jovens podem encontrar um ambiente propício para a prática de esportes e diversas atividades ao ar livre, tão essenciais à saúde física e mental do ser humano. Também podemos mencionar os eventos culturais ao longo do ano e os espaços que incentivam a socialização e interação da juventude com a cidade e bairros onde vivem. Isso é privilégio de poucos.

Por outro lado, sabemos que existem alguns desafios que podem ser obstáculos no caminho de nossos jovens. Dentro do tema da qualificação profissional, observamos que existem poucas oportunidades hoje de cursos de graduação presenciais no município, como é o caso da crescente área de Tecnologia da Informação (TI). Em um mundo cada vez mais competitivo, a necessidade de mão de obra mais especializada também é maior.

Ou podemos mostrar outra visão sobre as vagas ofertadas na cidade. Ainda que tenhamos maior oferta de emprego do que boa parte dos municípios capixabas e brasileiros, não podemos dizer que a maioria é “de ponta” e paga um salário condizente com o custo de vida crescente do município. Assim como é desafiador também agregar jovens de outros bairros periféricos e distantes, visto a baixa oferta geral de transporte coletivo, a falta infraestrutura básica, de conectividade digital e poucas oportunidades de geração de renda em seus locais.

A juventude precisa de políticas e ações concretas para enfrentar os desafios e transformar as oportunidades em realidade. Para isso, é necessário muito trabalho, perseverança, compreensão e respeito ao próximo. Só assim vamos construir um ambiente acolhedor e propício para os nossos jovens, que já são o retrato do presente e futuro de Aracruz.

Texto escrito por Daniel Caldas (vereador Dandan) com o apoio de Caio Amaral Santos, criado na orla de Aracruz e consultor em políticas públicas e gestão de negócios socioambientais