Categorias da segurança aumentam grito de insatisfação no ES

Categorias da segurança aumentam grito de insatisfação no ES

Às vésperas do fim do ano e sem qualquer resolução sobre o aumento diferenciado, as categorias da segurança pública aumentam seu coro de insatisfação no Estado e reforçam seus discursos de que promessas não estão sendo cumpridas pela gestão do governador Renato Casagrande (PSB).

Pelo lado da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, a Associação de Cabos e Soldados iniciou campanha na qual o Espírito Santo tem “os melhores resultados, os piores salários”.

Desde 2017, com o estouro da greve da Polícia Militar, o problema dos vencimentos aos profissionais da segurança veio à tona e, desde então, fomentou campanhas e promessas, como as feitas por Casagrande nas disputas de 2018 e de 2022. É um calcanhar de Aquiles reconhecido e que é motivo para desligamento frequentes de servidores, que deixam seus postos para ingressarem em outras polícias ou em outras instituições, inclusive sediadas no próprio Estado.

Pelos cantos da Polícia Civil, a revolta vem por parte dos delegados, justamente a categoria responsável por chefiar a instituição. A queixa se dá pelo fato de o governo ter, segundo o grupo, retirado a proposta de reestruturação da carreira desses profissionais. A ação teria ocorrido após manobra do comando-geral da Polícia Militar.

Diante dessa situação, os delegados decidiram entrar em estado de mobilização permanente, suspender entrevistas à imprensa, não realizar operações com a Polícia Militar e ainda se abster de reuniões das Áreas Integradas de Segurança Pública.

Como a Assembleia Legislativa se aproxima do recesso e algumas pautas chaves deverão entrar em debate, até mesmo o possível reajuste ou não às categorias da segurança, o governo tem a seu favor o tempo. Já os servidores apostam, cada vez mais, no sentimento de insatisfação, com o discurso de que viatura nova não traz comida para casa.

Em um ano no qual o Espírito Santo se aproxima de ter menos de 1 mil homicídios, a segurança pública teria inúmeros motivos para comemorar. Mas, pelo visto, há possibilidade de o sabor ser agridoce, na atual conjuntura, o que abre leques para apoios políticos diferentes em um futuro próximo.

Abono

Em suas redes sociais, o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou concessão de abono salarial aos profissionais da educação, no valor de R$ 1.500, e de R$ 1 mil aos servidores vinculados a outras secretarias, ativos e inativos. Vem aí a temporada do abono nos demais poderes? Economia agradece.