Caso de agressão a aluno autista em escola de Aracruz é investigado pela Polícia

Caso de agressão a aluno autista em escola de Aracruz é investigado pela Polícia

A Polícia Civil investiga um caso de agressão a uma criança autista de sete anos, estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Marechal Costa e Silva, localizada no bairro Vila Rica, em Aracruz. 

A situação foi investigada pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) da cidade e relatada à Justiça na última terça-feira (17).

Segundo o boletim de ocorrência registrado no dia 3 de junho, as agressões teriam partido de um auxiliar de professor de educação básica, que acompanhava o menino nas tarefas diárias da escola.

Os nomes dos envolvidos não serão divulgados para preservar a vítima.

Como a família descobriu

Ainda de acordo com o boletim, a mãe do menino passou a desconfiar que o filho era agredido no dia 1º de junho, quando foi informada pela diretora da escola que o profissional que acompanhava a criança seria substituído por motivos pedagógicos.

"Diante do que me foi exposto, passei a 'sondar' com outros profissionais da escola por qual motivo essa troca estaria acontecendo e fui informada por três funcionários da escola que [nome do auxiliar] teria agredido verbalmente, psicologicamente e fisicamente meu filho, e que a equipe da escola já estava ciente da situação há mais de dois meses e ainda não tinham tomado as devidas providências", relatou a mãe do aluno no boletim de ocorrência. 

Ao questionar quais tipos de agressão o filho vinha sofrendo, os profissionais da escola informaram que o auxiliar de educação básica apertava a criança pelo pescoço para conduzi-lo ao banheiro e a outros locais da unidade de ensino. Segundo a mãe, o menino de sete anos teria chegado em casa, em várias ocasiões, com marcas na região do pescoço. 

Aspas de citação

[Nome do auxiliar] oferecia o biscoito que [nome da criança] levava diariamente para escola, e quando ele abria a boca para comer, ele não dava. Ele também não permitia que meu filho tomasse picolé na escola no horário do recreio. Caso [nome da criança] visse e pedisse (através de gestos) algum alimento, ele não permitia que meu filho comesse."

A mulher cita ainda, no boletim de ocorrência, que presenciou o suspeito pegando fortemente o filho pelo braço e dando vários tapas na perna da criança.

Após as situações registradas, conforme ela também afirmou, o filho passou a apresentar danos emocionais e físicos, como crises de choro. "[...] Ele passou a urinar na roupa, ficar disperso e, logo em seguida, chorar. Tem tido constante insônia, acordando 1h e não conseguindo dormir mais. Ele também tem tido picos de ansiedade, tem se mordido e apresenta grande desespero ao chegar perto do auxiliar", descreveu. 

O que dizem os envolvidos

À reportagem, a Secretaria Municipal de Educação de Aracruz informou, em nota, que assim que soube do ocorrido adotou todas as medidas junto à escola e instaurou processo administrativo que foi encaminhado à Comissão de Sindicância para apurar os fatos e definir as medidas que deverão ser tomadas.

A Polícia Civil, por sua vez, informou que o educador foi indiciado por maus-tratos contra menor de 14 anos. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) também ressaltou que apura o caso e que enviará um posicionamento em breve.