Aracruz: dados que o Telegram não quer entregar tem conteúdo antissemita, racista e terrorista

Aracruz: dados que o Telegram não quer entregar tem conteúdo antissemita, racista e terrorista

Os dados que o Telegram não quer entregar a Justiça Federal do Espírito Santo tem conteúdo antissemita (ódio a judeus), racista e com instruções terroristas. Era a esse material que o adolescente de 16 anos, que invadiu duas escolas em Aracruz, tinha acesso, segundo informações CNN.

Um relatório da Polícia Federal (PF), que motivo a suspensão do Telegram no Brasil, mostra que o menor integrava um grupo neonazista no aplicativo chamado “Movimento Antissemita Brasileiro”.

Nesse grupo, o adolescente tinha acesso a assassinatos, vídeos com mortes violentas e promoção de ódio a minorias. Ele também recebeu materiais com os seguintes nomes: “22 maneiras de matar” e “técnicas proibidas para fazer armas”.

A Justiça Federal trabalha com a possibilidade de corrupção de menor, uma vez que o adolescente tem 16 anos. Ou seja, alguém o instruiu a cometer os crimes. No entanto, uma atualização do Telegram passou a possibilitar a ocultação de usuários, o que acaba dificultando essa identificação.

Mesmo com todas essas evidências apresentadas pela Justiça Federal do Estado e PF, o fundador do aplicativo, Pavel Durov, em comunicado, afirma que dados solicitados pela justiça brasileira “são impossíveis de serem obtidos”, cita “liberdade de expressão” e está recorrendo da decisão que suspendeu o aplicativo no Brasil.

Entenda

No dia 19 de abril, a Justiça Federal do Espírito Santo determinou que dados sobre grupos neonazistas que utilizam o Telegram, referentes aos ataques a duas escolas em Aracruz, fossem entregues à Polícia Federal para investigação.

No entanto, o Telegram descumpriu decisão da Justiça Federal do Espírito Santo e acabou sendo suspenso temporariamente no Brasil. O aplicativo ainda terá de pagar multa de R$ 1 milhão por dia.

O pedido foi para que, em 24h, fossem fornecidos dados cadastrais de todos os usuários de dois canais abertamente anti-semitas hospedado pelo Telegram “com nome, nome de usuários, CPF, foto do perfil, status do perfil, e-mail, endereço, dados bancários e do cartão de crédito cadastrados, contatos fornecidos para recuperação de conta, dispositivos vinculados (incluindo IMEI, se houver), número de confiança indicado para a autenticação de dois fatores e logs de criação (contendo IP, data, hora, fuso horário GMT/UTC e porta lógica)” .

Ministro da Justiça

O ministro da justiça, Flávio Dino, anunciou, no dia 12 de abril, uma série de medidas voltadas a evitar novos massacres em escolas do Brasil. Um deles foi referente a dados. As redes sociais terão que enviar para a polícia as informações de quem compartilha posts violentos com esse intuito.

O objetivo é identificar o usuário ou o terminal de conexão com a internet imediatamente, a fim de facilitar as investigações da autoridade policial. As redes sociais também serão obrigadas a excluir esse tipo de conteúdo, sob risco de serem suspensas.