Esquema de desvio de encomendas dos Correios causou prejuízo milionário no ES

Uma investigação da Polícia Federal interceptou um esquema de desvio de encomendas dos Correios que causou um prejuízo milionário para a estatal no Espírito Santo. Durante uma operação nesta quarta-feira (05), foram cumpridos mandados de busca e apreensão e um mandado de afastamento de função pública de um funcionário da transportadora. 

Segundo a corporação, o grupo criminoso desviava objetos postais propositalmente para receber o seguro pelo extravio das encomendas.

A investigação contou com o apoio do Setor de Segurança dos Correios, que constatou que um funcionário da empresa pública atuava, juntamente com um comparsa, postando encomendas com contratos de seguro para extravio — com objetivo de retirar o objeto postado de dentro do Centro de Distribuição e receber, fraudulentamente, o valor do seguro contratado.

"A investigação apontou que o empregado dos Correios fazia a retirada das encomendas com a finalidade de simular extravio e dar ensejo ao pagamento da indenização, ocasionando grande prejuízo financeiro à Empresa Pública", explicou a Polícia Federal.

O inquérito policial aponta que, entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, a Superintendência Estadual do Espírito Santo dos Correios efetuou pagamento de 140 registros de indenizações por extravio de postagens com valor declarado. A frequência foi superior à de estruturas bem maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro.

No período, o valor das indenizações por extravio de encomendas postais tiveram média aproximada de R$ 7.250,00 cada, o que representa um prejuízo para os Correios superior a R$ 1 milhão.

Os cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Vila Velha, Guarapari e Serra, nos endereços relacionados ao empregado dos Correios e de seu comparsa, que também era ex-funcionário dos Correios.

De acordo com a Polícia Federal, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão nos endereços investigados, foram apreendidos aparelhos celulares e notebooks usados pelos investigados, veículos avaliados em mais de R$ 300 mil, e dezenas de aparelhos celulares sem nota fiscal.