ES já tem 220 internações por asma em 2023
Realizar consultas médicas regulares e seguir o plano de tratamento prescrito por médicos são algumas das medidas importantes a serem seguidas para quem sofre de asma. Até abril deste ano, o Espírito Santo teve 220 internações pela doença, segundo dados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), da Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa).
Em 2021, o Estado registrou 956 internações por asma e, em 2022, 1.317. Este 21 de junho, Dia Nacional do Controle da Asma, lembra a condição crônica respiratória caracterizada por inflamação e estreitamento das vias aéreas, o que causa falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito.
Fatores de risco
A pneumologista afirma que os fatores de risco dependem da parte hereditária. Se os pais tiverem rinite, já tem chance das crianças virem com asma também. Isso porque todo asmatico é rinítico, mas nem todo rinítico é asmatico. Para os pais que já têm histórico de rinite ou de asma, a chance dos filhos terem rinite ou asma é de, pelo menos, 50%. Ou seja, filhos de asmáticos têm fatores alérgicos assim como eles.
Com relação a fatores de risco de desenvolver crises de asma, existem as viroses, os rinovírus (os vírus que vão ser fatores desencadeados) e as crises também bacterianas e rinossinusites, que podem favorecer as crises asmáticas.
As medidas preventivas, na maioria das vezes, são ambientais. “É bom ter um ambiente sem animais, janelas bem abertas, ventiladas, nada de carpetes e cortinas dentro de casa, sempre manter o ambiente aberto, limpo, evitando o cloro e água sanitária, nada de muito amaciante nas roupas, procurar usar sempre um sabão líquido, manter o ambiente da criança isento de muita lã, de muita coisa guardada, mofada, coisas úmidas e debaixo da cama”, recomenda.
Com relação à parte viral, a especialista explica que é preciso evitar levar as crianças na escola, creche ou berçário se elas estiverem gripadas. Evite também levar se houver muitas crianças com gripe, já que, por terem fragilidade dos brônquios, asmáticos acumulam catarro e são a fonte onde pode ocorrer o desenvolvimento tanto da virose quanto das lesões bacterianas.
A pneumologista recomenda manter o cartão de vacina das crianças em dia, pois evita muitas doenças, principalmente as virais, não permitindo o desenvolvimento de pneumonias e da necessidade de internações, porque as crianças devem ser acompanhadas desde a infância por pneumopediatras e na adolescência pelo pneumologista.
“É bom lembrar que asma é uma doença crônica e que não tem cura, com isso se torna necessário um acompanhamento constante. Evidentemente que, sem ter crises, não é preciso o uso de medicamento, mas algumas pessoas precisam repor a falta de enzima com medicações”, diz ela.
Sintomas
De acordo com Cilea, o sintoma mais comum de asma é o chiado. Ele começa com sibilo, sendo que outras doenças também podem dar sibilo, mas, na crise asmática, é esse sibilo que vem acompanhado, às vezes, de uma tosse seca irritativa. Começa com coriza, a rinite sempre vai vir à frente da asma, mostrando que a asma pode ser desencadeada se não houver prevenção de tratamento ou acompanhamento.
A partir daí começa a coceira ocular, nariz inchado, espirros constantes e tosse seca, principalmente na hora de deitar. A partir dessa tosse seca irritativa, às vezes com laringite, entra questão do broncoespasmo (redução do ar que chega aos pulmões).
A crise asmática não se resolve com medicamentos comuns, então, há necessidade de Pronto-Socorro e às vezes até de internação, dependendo do estado da crise. Se levar a baixa taxa de oxigenação, pode levar a internação em UTI.
Diagnóstico
De acordo com a especialista, na primeira infância a distinção para a asma é clínica, observando a criança e o histórico familiar. Geralmente existe o histórico de que avós, paise tios são asmáticos. Ou seja, a chance da criança ser asmática ou rinítica é grande.
Para pessoas já mais velhas, acima dos cinco ou seis anos, o diagnóstico é feito por meio da prova de função pulmonar, que é o mais importante, e também por meio de alguns testes alérgicos
A pneumologista afirma que, para controlar a asma, o mais importante é cuidar do ambiente e controlar a rinite, porque ela sempre vai vir na frente da asma. Diagnosticada a asma, há a importância de usar medicamentos específicos, que são os broncodilatadores e os corticoides. Inicialmente inalados, não há necessidade de fazer uso oral, só em casos que não se consegue controlar a crise.