Bruno Henrique, do Flamengo, é investigado por manipulação em jogo
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga manipulação de resultados. Agentes cumpriram mandados de buscas e apreensão nesta terça-feira (5), em endereços relacionados ao jogador em cinco cidades, incluindo no Ninho do Urubu, CT do clube rubro-negro, no Rio de Janeiro.
O Flamengo ainda não se pronunciou e a assessoria do jogador afirmou que ele não vai se manifestar no momento.
O QUE ACONTECEU
A operação Spot-fixing apura possível manipulação do chamado "mercado de cartões".
Bruno Henrique se tornou alvo da operação da PF ao receber cartão amarelo na partida do Flamengo contra o Santos no dia 1º de novembro, vencida pelo Peixe por 2 a 1. Ele levou amarelo aos 50 minutos do segundo tempo por falta em Soteldo. Em seguida, reclamou com o árbitro Rafael Rodrigo Klein e levou o segundo amarelo, seguido de um vermelho.
Ao todo, foram efetuados 12 mandados de busca e apreensão no Rio, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG).
A investigação começou a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da CBF. De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Brasileirão.
APOSTAS FEITAS POR PARENTES
Cerca de 50 agentes da PF e mais seis integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Distrito Federal (Gaeco/DF) participaram da operação nesta terça-feira.
Segundo a PF, dados obtidos junto às casas de apostas, por intermédio dos representantes legais indicados pela Secretaria de Prêmios de Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração.
Durante a partida, verificou-se que Bruno Henrique foi efetivamente punido com cartão. São alvos da operação o jogador e os apostadores. Em tese, eles podem responder por crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão.
A PF atua no caso mediante autorização expressa do ministro da Justiça e Segurança Pública. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Distrito Federal.
Bruno Henrique não entrou em campo no domingo, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG, porque cumpriu suspensão. Ele havia levado cartão vermelho na volta da semifinal, em confronto contra o Corinthians. O atacante deve voltar ao time nesta quarta-feira (6), contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão.